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26 Set, 2008

Os imigrantes japoneses em Santa Catarina

Ontem assisti a um documentário em DVD, da Federação das Associações Nikkeis de Santa Catarina (Fansc), que conta a história da imigração japonesa naquele Estado. Chama-se “O Povo do Sol Nascente em Terra Catarinense” (direção de Gilson Giehl, 52 minutos), e foi lançado neste ano de 2008. Achei o ritmo um pouco lento em alguns momentos, mas traz muitas informações interessantes sobre essa história.
 
Eu sabia da presença japonesa forte em São Joaquim, mas não conhecia muita coisa, ou quase nada, sobre os nipo-brasileiros em outras cidades que são abordadas no DVD: Florianópolis, Caçador, Lages, Curitibanos, Frei Rogério e Joinville.
 
Segundo o documentário, os japoneses estabeleceram-se em Santa Catarina a partir da década de 1950. Tirando Florianópolis, onde o que atraiu inicialmente foi a pesca (na praia da Armação), nas outras regiões os imigrantes dedicaram-se ao cultivo da agricultura, como produção de alho em Curitibanos, alho e peras em Caçador, e de tomates, maçãs e, mais recentemente, de kiwi, na área de Lages.
 
E São Joaquim, claro, é famosa pelas maçãs (variedades fuji e gala). Minha mãe às vezes viaja para essa região, e toda vez ela volta com caixas da Sanjo (a cooperativa local, que tem mais de 70 cooperados, produz mais de 30 mil toneladas da fruta e que surgiu após a falência da Cooperativa Agrícola de Cotia) recheadas de frutas suculentas... nham!

O que aprendi também no documentário é que Frei Rogério tem uma forte equipe de kendô, de onde saíram alguns campeões. Lá também se fixaram alguns sobreviventes da bomba atômica de Nagasaki, e existe um Parque da Paz, com um sino que eles tocam pedindo o fim das armas nucleares.

O documentário traz depoimentos, fotos antigas e imagens atuais de imigrantes pioneiros, seus descendentes e as atividades que eles praticam, do ponto de vista econômico e cultural, nessas cidades

Uma curiosidade que já é relativamente conhecida, mas que vale lembrar: embora os imigrantes japoneses tenham se fixado em Santa Catarina há apenas 50 anos, na verdade japoneses passaram por ali beeeem antes, em 1803. Nessa época, quatro pescadores japoneses, que haviam sido resgatados anos antes por russos após um naufrágio, estavam a bordo de um navio militar russo que fazia uma expedição de circunavegação do globo. O tal navio parou na ilha de Santa Catarina (onde fica Florianópolis) para reparos, e os japoneses, então, exploraram a região. Chegaram ao Japão em 1805. Curioso, né?

Neste ano, o centenário da imigração japonesa também marcou o Carnaval de Florianópolis, pois a escola de samba Copa Lord escolheu esse tema para seu enredo e foi campeã. Veja a foto abaixo e outras no site da Associação Nipo-Catarinense.

Membro da Comissão de Frente da Copa Lord, no Carnaval de 2008 (foto: www.nipocatarinense.org.br).

 

Postado por Chiaki Karen Tada | 5 comentários

Comentários

  1. japa paraense @ 27 Set, 2008 : 00:20
    uma das maiores comunidades japonesas no BR esta no estado do Pará na cidade de tomé-Açú.

  2. pasteleiro japa @ 28 Set, 2008 : 10:36
    os pastéis dos japas são simbolos dos paulistanos

  3. Paulo B. da Rosa @ 1 Jan, 2009 : 11:40
    Meu nome é Paulo B. da Rosa. Escrevi o enredo Matsurí em Sankaterini, o qual deu a vitória para o Copa Lord no carnaval de 2008. Trabalhei juntamente com as pessoas que tornaram possível a realização do documentário O Povo do Sol Nascente em Terra Catarinens. Depois de muito esforço consegui com que fosse formada uma comissão para resolver alguns detalhes faltantes na história dos japoneses que sobreviveram ao barco Wakamiyamaru. Eu gostaria de fazer contato com Chiaki Karen Tada,com interesse de convida-la a fazer parte do meu grupo de estudos. Como posso conseguir telefone ou e-mail? Muito obrigado

  4. busetudes @ 14 Out, 2011 : 09:00
    os japoneses tem pinto piqueno

  5. penetudis @ 14 Out, 2011 : 09:21
    *--* ooooooooooooooooooooooi

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Perfil

Chiaki Karen Tada, jornalista, tem um pezinho no Japão, mas cresceu na Grande SP. Gosta de imaginar como teria sido o dia em que os pais decidiram se mudar para cá. Ela escreve neste blog, mas não pensa sozinha, não. As novidades e idéias são de toda a equipe.
 


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